Crise pós-eleitoral em Honduras de 2017-2018
A crise pós-eleitoral em Honduras de 2017-2018 é uma crise política[1] que surgiu em 29 de novembro de 2017 com uma série de protestos e distúrbios ocorridos durante e após a contagem dos votos das eleições gerais hondurenhas de 2017[2], que tiveram sua sua transparência questionada pelos observadores internacionais.[3] Os protestos foram realizados por partidários da Alianza de Oposición contra la Dictadura, convocados por seu candidato Salvador Nasralla, alegando irregularidades na contagem de votos, que mostraram uma reviravolta favorável a seu adversário, Juan Orlando Hernández. Em dezembro, após ter sido declarado vencedor para um segundo mandato, o presidente Hernández convocou um diálogo nacional para consolidar a paz no país. O mesmo continuou em negociações, e é acompanhado por um representante da ONU, embora setores da oposição se recusam a aceitar os resultados oficiais.[4]
Histórico
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Após o apelo do candidato da oposição Salvador Nasralla em 29 de novembro, dezenas de simpatizantes realizaram protestos que resultariam em atos de vandalismo em várias áreas do país, prejudicando a propriedade pública e privada.[5][6] Em resposta, o governo hondurenho decretou a suspensão de certas garantias constitucionais, com um toque de recolher durante dez dias, aplicável desde as 6 da tarde até as 6 da manhã.[7]
Em 2 de dezembro, a Comissão Nacional de Direitos Humanos de Honduras publicou um comunicado de imprensa, no qual declarou que as ações do governo constituíam terrorismo de Estado contra civis, alertou que a declaração de um estado de exceção seria para criar uma repressão para garantir a fraude eleitoral, rotulando-a como ilegal depois de ler vários artigos da constituição hondurenha.[8]
A partir de 2 de dezembro, pelo menos sete pessoas morreram nos protestos com mais de 20 feridos.[9] Na segunda noite do toque de recolher, milhares de pessoas participaram no que foi conhecido como "cacerolazos", um ato de bater panelas e frigideiras em protesto.[10]
Em 15 de dezembro de 2017, o tribunal havia terminado uma recontagem das urnas que apresentaram irregularidades, mas ainda não tinha declarado um vencedor, e os protestos continuaram por todo o país, com 16 mortes e 1.675 prisões, de acordo com a Comissão Nacional de Direitos Humanos de Honduras.[11]
O Tribunal Supremo Eleitoral finalmente anunciou o vencedor em 17 de dezembro, dando a Hernández a vitória com 42,95% dos votos e a Nasralla 41,42%.[12] O anúncio provocou uma nova onda de protestos em todo o país, com Mel Zelaya anunciando uma greve nacional.[12] As duas maiores cidades do país - Tegucigalpa e San Pedro Sula - viram suas ruas obstruídas, as principais saídas bloqueadas e o trânsito entre elas severamente reduzido.[12][13]
Referências
- ↑ «Policiais hondurenhos suspendem greve declarada em meio a crise pós-eleitoral». UOL. 5 de dezembro de 2017
- ↑ «Honduras election: Opposition candidate Nasralla rejects poll count» (em inglês). BBC. 30 de novembro de 2017
- ↑ Buró de Democracia, Derechos Humanos y Trabajo, del Departamento de Estado de los Estados Unidos (20 de abril de 2018). «Country Reports on Human Rights Practices for 2017 — Honduras» [Reportes de País sobre las Prácticas de Derechos Humanos para 2017 — Honduras] (em inglês): 1
- ↑ «Honduras: Partidos políticos reanudan mesa de prediálogo convocado por la ONU». El Heraldo. 14 de maio de 2018
- ↑ «Disturbios y destrozos tras manifestaciones de la Alianza». La Prensa (Honduras). 29 de novembro de 2017
- ↑ «Protestas y saqueos generan caos y violencia». El Heraldo (Honduras). 1 de dezembro de 2017
- ↑ «Gobierno decreta toque de queda en toda Honduras por 10 días» (em espanhol). El Heraldo (Honduras)
- ↑ Camila Parodi, Nadia Fink, Julieta Lopresto, e Laura Salomé Canteros (2 de dezembro de 2017). «Honduras: Mesa Nacional de Derechos Humanos denuncia asesinatos y detenciones tras protestas por fraude electoral» (em espanhol). El Ciudadano. Consultado em 3 de fevereiro de 2018. Arquivado do original em 3 de dezembro de 2017
- ↑ «Honduras: posible fraude, muertos y mucha tensión». ABC Color. EFE. 2 de dezembro de 2017
- ↑ «Seguidores de la Alianza de Oposición en Honduras hacen sonar cacerolas en protesta por toque de queda». El Heraldo. 3 de dezembro de 2017
- ↑ Cuevas | AP, Freddy (15 de dezembro de 2017). «Opposition blocks highways after Honduras presidential vote». Washington Post
- ↑ a b c Freddy Cuevas (18 de dezembro de 2017). «Continúan las protestas en Honduras por resultado electoral». El Nuevo Herald
- ↑ Agence France Presse (19 de dezembro de 2017). «Las protestas se intensifican en Honduras tras la reelección del presidente en un supuesto "fraude"». El Mundo